Como ocorre a gravação das memórias emocionais e como são transformadas por meio das intervenções psicoterápicas?

O indivíduo recebe um estímulo do mundo exterior por meio dos órgãos do sentido. Esse estímulo é levado para dentro do seu organismo e através das sinapses chega ao córtex frontal.

O córtex frontal recebe, distribui a informação para os hemisférios cerebrais direito e esquerdo, que recolhem todas as informações similares por meio de uma identificação de estímulos anteriores com o que é recebido. Feita essa identificação, é devolvida ao córtex que junta toda a informação, associa, analisa, sintetiza e conclui.

Essa informação é recebida pelo sistema límbico, que é a central hormonal do corpo. E a informação abstrata é absorvida por uma glândula que rege o sistema endócrino, o hipotálamo. Essa informação que até então é abstrata, é transformada em linguagem hormonal (transdução) e enviada para a hipófise, que joga as moléculas mensageiras na corrente sanguínea  e na medula.

Em seguida, são dirigidas para o núcleo da glândula supra renal, que estimula a metabolização de outros hormônios, dentre os quais, a adrenalina.

A adrenalina vai para a corrente sanguínea e em vias aferentes vai para o Sistema Nervoso Central. Neste a adrenalina faz a gravação da memória e provoca a ação da musculatura. Nesse trajeto o corpo do indivíduo sente.

Quando a adrenalina cai no sangue, a pessoa terá o sentimento que teve como experiência do mundo exterior. Desta forma, ocorre a gravação da memória, que pode ser de curto, médio ou longo prazo.

O trauma é um estímulo forte, que ao desencadear uma fórmula hormonal no hipotálamo, produz moléculas mensageiras específicas na hipófise, que enviada a glândula supra renal provoca uma gravação de memória duradoura. Quando o indivíduo se expõe a experiências semelhantes ao estímulo negativo (gatilho), poderá ter como resposta a recuperação corporal de todos os sintomas provocados pela memória original. Ao interromper o estímulo, as sinapses celulares se soltam e ocorre a amnésia espontânea, que seria a memória em descanso, tendo como resultado o esquecimento.

Por meio da hipnoterapia, esses conteúdos podem ser acessados e ressignificados, pois ao transformar as imagens negativas em positivas, os sintomas são neutralizados, na medida em que o cérebro e o S.N.C não sabem a diferença de uma imagem profundamente gravada e um acontecimento real. Desta forma, o cérebro entende que a situação foi resolvida e o sintoma não precisa mais existir.